Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Rir, porque morrer é inevitável

por Hugo Gomes, em 22.08.23

ricardo-araujo-pereira1008deae_base.jpg

Não conheço melhor definição do trabalho do humorista. Fazer com que as pessoas se riam desta ideia: por mais que façam, vão morrer. Fornecer-lhes uma espécie de anestesia para esse pensamento. É um ofício belo, nobre, indispensável e inútil: sim, o riso tem o poder de esconjurar o medo, mas só durante algum tempo, talvez apenas durante o tempo que dura a gargalhada, às vezes, nem tanto.

Ricardo Araújo Pereira, “A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar: Uma espécie de manual de escrita humorística”, publicado pela Tinta da China

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:56

Depois da 'tempestade', vem a 'normalidade'

por Hugo Gomes, em 07.08.23

64c96b8d53ca8.jpeg

O Vaticano confirma o maravilhamento operacional que Jornada da Juventude exibiu, os nossos “cabeças-de-cartaz” políticos auto-congratulam-se do feito, os católicos participantes respiram dos ares evangelizadores que esta comunhão ao culto do Papa serviu, mas então e os restantes? Principalmente, os lisboetas, como estes sentirão? A partir de hoje, tudo voltou ao “normal”, o alfacinha ou o trabalhador comum dos mortais deixou de estorvar, saem do seu “teletrabalho” (grande parte deles foi imposto tal regime) e deleitam os transportes “normalizados”, lo trânsito infernal, o silêncio dos nossos governantes nas outras áreas (haverá retorno do evento?) e pelo extremo calor que incentiva o alerta vermelho. O país está na mesma, a saúde na ruína, os profissionais descontentes, a TAP continua um buraco, a desgovernabilidade mantém-se, os órgãos de comunicação voltaram a dar notícias, e a intolerância reverte os seus frutos. Ou seja, tudo normal, habitual aliás, de encolher os ombros, depois de uma semana utópica com benção ali e acolá (e muitos escuteiros), regressamos ao nosso país tal como era antes sem obras do Espírito Santo. Depois disto e com face voltada no Agosto fervente que nos espera, já poderemos voltar a indignar-nos? Se sim, vamos perguntar ao Estado o porquê de gastar 30 milhões num mega-evento religioso se somos, supostamente (sublinha-se), um Estado Laico. Se isto não vos indigna como indignam a mim, exercitamos por uma remota hipótese - o Estado gastou 30 milhões num evento da [inserir religião sem ser a Cristã], reforçou a cidade de transporte e serviços, o restante, que se amanhem.  

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 08:50


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.




Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D

Pesquisar

  Pesquisar no Blog