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Confesso que a temática da reportagem da SIC “Quando o ódio veste farda" não me é nada de novo. Talvez porque fui ex-militar, e durante o meu serviço de 7 anos convivi com camaradas eventualmente conseguiram entrar para a PSP ou para a GNR, e tendo em conta os caracteres e opiniões políticas e sociais de parte deles, não me surpreende que o resultado tenha sido aquele demonstrado na investigação. Contudo, é de sublinhar, que o exposto não foi só o ódio, mas também muita da ignorância de quem veste uma farda e não sabe diferenciar ela, como símbolo de autoridade, com uma vida civil. Por isso, agentes que apelem à chacina seletiva, ao populismo fácil e sem razão, ao extremismo disfarçado de frustração, não devem ter lugar na polícia. Mau nome dão a essas instituições. Sou um defensor de melhores recursos, melhores apoios (durante e pós missão) e melhores salários para os agentes (infelizmente, a polícia tem sido prejudicada pelas políticas externas e internas nesse sentido), contudo, isso acarreta que nem todos os indivíduos prestam-se ao serviço, o que falha, sobretudo, são os supostos testes psicotécnicos que deveriam detectar isso e a estrutura hierárquica completamente contaminada ou negligenciada quanto a estes casos (sim Magina, quanto à sua incompetência, demite-se).
Quanto às ligações ao partido Chega, André Ventura, fácil como sempre, após ser interpelado pelos jornalistas, acusa parcialidade na reportagem, apontando Mamadu Ba e o seu “bosta da polícia” como ofensa gratuita e sem impunidade. Ora bem, por mais que não gostemos, Ba tem o direito a fazê-lo, contudo, a polícia tem o dever de proteger esse cidadão custe o que custar. Da mesma forma que muitos de nós reduz a classe política de “corruptos, ladrões, tudo o mesmo”, a classe política não deve responder de igual forma a um cidadão. Democracia é isto, termos "instituições" e “estruturas” ao nosso serviço.
Voltando à polícia, devo ainda salientar que, apesar de uma panorâmica de “maçãs podres”, nem todos os profissionais não são assim, existe quem tenha “amor à farda” e senso de dever. O triste é que com “colegas” destes, uma minoria apesar de tudo, sujam a boa imagem.
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