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Um (des)governo que tem soado eucalipto no meio de uma mata política. O PS e a sua maioria acidental tem protagonizado os mais caricatos episódios da vida política portuguesa, 10 demissões em 9 meses, polémicas aglomeradas (desta vez o sempre controverso João Galamba a assumir a pasta das “Infraestruturas), a pedida cabeça de Fernando Medina e um inquieto cenário de Guerra, Peste e Inflação na frente de António Costa. Ingredientes que nos deixam em pânico, mas cientes do naufrágio visto que os “botes salva-vidas” estão em pior condições. Basta ver a esquerda sugada e restringidas às “causas” (PCP em embrulhados dilemas em relação à Rússia e o Bloco resumido a ativismo urbano, sem influência nas classes empobrecidas do interior português), da outra ala, PSD sem rumo, sem líder (Montenegro nunca foi ‘coisa’ alguma), uma Iniciativa Liberal com desejo de reinventar e a “gritaria” do Chega, com protestos e sem soluções para além da infantilidade vendida como justiceira por parte de André Ventura. Mas é, no geral, a direta que se deve falar. A direita a pedir a reorganização, a direita em crise, refém dos extremismos e populismos. Por onde anda a direita democrática? Enquanto aguardamos por respostas, pensemos no aparecimento de novos partidos deste “lado”, a mencionar a Nova Direita, liderada por Ossanda Liber, que promete uma "direita, atual, inclusiva e tolerante", desviando-se dos velhos preconceitos de que esta ala é indiferentes nas questões sociais. Noutro cenário, de dedo apontado à inconsequência de Ventura, aparece-nos Partido Novo - Direita Popular, um conjunto de dissidentes do Chega que saíram desse seu “movimento” por este cedido ao “lobby gay”. E pronto, é isto, alternativas e tofus, que nada impede para que ouçamos constantemente “habituem-se, serão mais 4 anos”.
Confesso que a temática da reportagem da SIC “Quando o ódio veste farda" não me é nada de novo. Talvez porque fui ex-militar, e durante o meu serviço de 7 anos convivi com camaradas eventualmente conseguiram entrar para a PSP ou para a GNR, e tendo em conta os caracteres e opiniões políticas e sociais de parte deles, não me surpreende que o resultado tenha sido aquele demonstrado na investigação. Contudo, é de sublinhar, que o exposto não foi só o ódio, mas também muita da ignorância de quem veste uma farda e não sabe diferenciar ela, como símbolo de autoridade, com uma vida civil. Por isso, agentes que apelem à chacina seletiva, ao populismo fácil e sem razão, ao extremismo disfarçado de frustração, não devem ter lugar na polícia. Mau nome dão a essas instituições. Sou um defensor de melhores recursos, melhores apoios (durante e pós missão) e melhores salários para os agentes (infelizmente, a polícia tem sido prejudicada pelas políticas externas e internas nesse sentido), contudo, isso acarreta que nem todos os indivíduos prestam-se ao serviço, o que falha, sobretudo, são os supostos testes psicotécnicos que deveriam detectar isso e a estrutura hierárquica completamente contaminada ou negligenciada quanto a estes casos (sim Magina, quanto à sua incompetência, demite-se).
Quanto às ligações ao partido Chega, André Ventura, fácil como sempre, após ser interpelado pelos jornalistas, acusa parcialidade na reportagem, apontando Mamadu Ba e o seu “bosta da polícia” como ofensa gratuita e sem impunidade. Ora bem, por mais que não gostemos, Ba tem o direito a fazê-lo, contudo, a polícia tem o dever de proteger esse cidadão custe o que custar. Da mesma forma que muitos de nós reduz a classe política de “corruptos, ladrões, tudo o mesmo”, a classe política não deve responder de igual forma a um cidadão. Democracia é isto, termos "instituições" e “estruturas” ao nosso serviço.
Voltando à polícia, devo ainda salientar que, apesar de uma panorâmica de “maçãs podres”, nem todos os profissionais não são assim, existe quem tenha “amor à farda” e senso de dever. O triste é que com “colegas” destes, uma minoria apesar de tudo, sujam a boa imagem.
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