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Um mês de festivais e outros assuntos envolvendo Cinema, como podem conferir no estaminé do lado, me levaram a distanciar deste espaço, mas não a atualidade. Prometo que me permaneci atento, indignado e jocoso perante os acontecimentos do mês de Fevereiro. Portanto, aqui faço um pequeno resumo, não ao estilo Europa-América, mas à moda (Not)Twitter para si:
Lula discursa no 25 de Abril ou Não? Começo com a mais recente polémica, o eleito presidente do Brasil deve ou não marcar presença no Parlamento em comemoração aos 49 anos da Revolução dos Cravos, questão que tem levado muitos a torcer o nariz. Uns falam em banalizar o 25 de Abril para o Mundo, outros não encontram na sua figura o bastião da Liberdade que resultasse num símbolo à nossa festiva democracia (serviu para vencer o “outro”, é o que interessa), enquanto que outros, os gritantes do partido da extremidade ameaçam ainda com mais gritos e “macacadas” (o líder aponta Lula como a Corrupção em pessoa mas coloca "palas da grossa" para Bolsonaro e o seus casos de marmitas e os imbróglios das vacinas, pois).
EUA, cada vez mais dividido e alienado, abatem balões-espiões e outros OVNIs. A culpa é dos chineses, dizem eles. Enquanto isso, Biden vai de comboio para Kyiv, promete luta e armas a Zelensky. A Europa elogia, os EUA criticam, até porque um comboio descarrilou em Ohio, e o material tóxico o qual transportava é derramado. Os habitantes solicitam uma visita do presidente, mas só Trump aparece. Falando em trumpismos, o Partido Republicano e a Fox estão prontos para “retirar o tapete” ao ex-presidente numa possível recandidatura, outros protagonistas, bem execráveis, vão surgir.
Já que estamos numa de linhas férreas, as greves da CP e os comboios sobrelotados, sinais da insatisfação e da má qualidade dos transportes para quem está fora dos centros urbanos … desculpem, capitais, porque os suburbanos são "carne-para-canhão", condenados a vaivéns diários e penosos. Os professores, por sua vez, fazem greves, manifestações, querem simplesmente serem ouvidos pelo Governo, mas antes disso os seus sindicatos não se entendem. E assim arrastamos negociações e nada se resolve.
A acrescentar a isto, os abusos da Igreja e as díspares reações às mesmas. Se por um lado, alguns membros do clero sentiram-se sensibilizados com os horrores cometidos pela instituição (vulgo Igreja), organizando vigílias em frente a Sés ou pedindo mil e um perdões, enquanto que outros apontam todo o relatório como uma cambala satânica para “esmagar” a fé. Marcelo engole uns sapos, Montenegro pisca o olho a Ventura e prevalece ainda mais a incapacidade do PSD ser alternativa (o episódios dos imigrantes é tão infeliz que nem consigo resumir), e as sondagens apontam para desaprovação geral a António Costa e o seu Governo de “salve-se quem puder”, mas pedem que se cumpra até o final do mandato (os portugueses não são parvos). Porém, com esta balbúrdia toda, até eu, anti-passismo convicto, já peço o regresso de Passos Coelho. É que para direita ser alternativa, prefiro que seja uma direita que não seja a para totós.
Um (des)governo que tem soado eucalipto no meio de uma mata política. O PS e a sua maioria acidental tem protagonizado os mais caricatos episódios da vida política portuguesa, 10 demissões em 9 meses, polémicas aglomeradas (desta vez o sempre controverso João Galamba a assumir a pasta das “Infraestruturas), a pedida cabeça de Fernando Medina e um inquieto cenário de Guerra, Peste e Inflação na frente de António Costa. Ingredientes que nos deixam em pânico, mas cientes do naufrágio visto que os “botes salva-vidas” estão em pior condições. Basta ver a esquerda sugada e restringidas às “causas” (PCP em embrulhados dilemas em relação à Rússia e o Bloco resumido a ativismo urbano, sem influência nas classes empobrecidas do interior português), da outra ala, PSD sem rumo, sem líder (Montenegro nunca foi ‘coisa’ alguma), uma Iniciativa Liberal com desejo de reinventar e a “gritaria” do Chega, com protestos e sem soluções para além da infantilidade vendida como justiceira por parte de André Ventura. Mas é, no geral, a direta que se deve falar. A direita a pedir a reorganização, a direita em crise, refém dos extremismos e populismos. Por onde anda a direita democrática? Enquanto aguardamos por respostas, pensemos no aparecimento de novos partidos deste “lado”, a mencionar a Nova Direita, liderada por Ossanda Liber, que promete uma "direita, atual, inclusiva e tolerante", desviando-se dos velhos preconceitos de que esta ala é indiferentes nas questões sociais. Noutro cenário, de dedo apontado à inconsequência de Ventura, aparece-nos Partido Novo - Direita Popular, um conjunto de dissidentes do Chega que saíram desse seu “movimento” por este cedido ao “lobby gay”. E pronto, é isto, alternativas e tofus, que nada impede para que ouçamos constantemente “habituem-se, serão mais 4 anos”.
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